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    • Sobre a importância dos agentes não humanos e supra-humanos

    Sobre a importância dos agentes não humanos e supra-humanos

    • Categorias Debates, Novidades, Virada ontológica
    • Data 15 de maio de 2020
    • Comentários 0 comentário

    Texto de Alejandro Frigerio para o DIVERSA, tradução por Lucía Copelotti

    Imagem de Diego Perrota

    Em uma publicação recente no blog do Laboratório de Observação do Fenômeno Religioso (LOFRSC), do México, manifestei minha opinião favorável aos efeitos que uma virada ontológica pode ter no estudo da religião – particularmente, na sociologia da religião.  Para além da multiplicidade de modos de concebê-la, e das críticas que possam ser feitas a ela (ver o trabalho detalhado de Alejandro López para o site do DIVERSA e as críticas dos meus colegas neste debate) acredito que alguns dos pressupostos básicos dessa perspectiva podem servir para “desfazer” a visão superficial que costumamos ter da experiência religiosa contemporânea – reconheçamos isso ou não.

    Se, para aqueles que propõem a necessidade de uma virada ontológica “o objetivo da disciplina já não é tanto o estudo das representações culturais ou das culturas, mas os modos pelos quais cada sociedade define os seres do mundo e as relações entre eles” (Dos Santos e Tola 2016) não posso deixar de notar a similitude (mesmo que superficial, uma vez que os pressupostos teóricos que sustentam ambas as perspectivas são muito diferentes) com a proposta de Robert Orsi, tomada por mim e reformulada, de considerar a religião como “uma rede de relações que involucra os humanos com uma série de diferentes seres e poderes supra-humanos” (Frigerio 2018).

    Os pressupostos por trás da virada ontológica enfatizam fortemente “a ação de entidades não humanas” que não costumamos conceber como reais, bem como a diversidade de tais entidades (“a multiplicação dos agentes”, segundo Silla e Renoldi 2016). Ainda, em oposição à ênfase profundamente cognitiva que parece permear boa parte de nossas análises (na sociologia da religião, mas também em certa antropologia) sustenta que “o substancial na vida dos grupos ou das pessoas não são as representações ou as classificações, mas a experiência” (Silla e Renoldi, 2016, grifos meus). Essa perspectiva “pós-humanista” tenta incorporar em sua análise “aos mais que humanos (more than-human), não humanos, híbridos e transespécies” (Dos Santos e Tola 2016) e poderia ajudar a compreender melhor, em toda sua complexidade, formas de produzir mundo que nossa perspectiva modernocêntrica tem empobrecido.

    Mesmo que repitamos que à sociologia da religião não cabe opinar sobre a existência ou não dos seres supra-humanos, por trás desta afirmação, todos “sabemos” que os seres supra-humanos não existem, ou que se o fazem, somente tem relevância em algum plano remoto da existência e que “o mundo” terrenal funciona de acordo com os postulados da ciência. «Existindo» ou não, o certo é que as relações particulares que os humanos estabelecem com os seres supra-humanos são valiosas em si mesmas (para além de suas possíveis repercussões sobre a política, a pobreza ou a saúde) porque afetam profundamente a experiência e a vida cotidiana das pessoas cujo cosmos está povoado por estes seres cuja influência é para eles muito palpável e evidente, e relevante em todas as áreas de sua vida. 

    Sem me estender e aprofundar minimamente sobre as múltiplas e profundas diferenças que existem dentro do que em sociologia da religião denominamos – de forma pouco problematizada, repito – “cosmovisões encantadas” (pensando que o único aspecto relevante ou que as distingue é aquilo que as opõe às “cosmovisões secularizadas”), corremos o risco de cair em uma homogeneização excessiva (saming, diria Blaser, 2014) que nos oculte as múltiplas maneiras pelas quais se concebem os seres supra-humanos e as relações que os humanos podem estabelecer com eles – e que podem ser visibilizadas e melhor compreendidas, talvez, a partir da ideia de ontologias múltiplas. 

    Boa parte dos estudos sobre religião a partir das ciências sociais pressupõe a existência de um mundo único lido de forma diferente pelas distintas religiões (de modo similar ao que Descola afirma suceder com o “multiculturalismo” e que deveria ser abandonado por um “multinaturalismo”) e poderiam se beneficiar avançando na compreensão das práticas de “um mundo de muitos”, um pluriverso (“maneiras heterogêneas de fazer mundos, unindo-se como uma ecologia política de práticas, negociando sua maneira difícil de estarem juntas na heterogeneidade”, De acordo com Blaser e De la Cadena, 2018).

    A ênfase na agência de múltiplos e diversos não humanos ou mais-do-que-humanos e a relevância das relações e da experiência nos modos de fazer mundos talvez nos permitam entender melhor a importância que têm na vida cotidiana de pessoas de todos os estratos sociais, por exemplo, os guias espirituais da Umbanda, os santos e os defuntos milagreiros da “religiosidade popular”, os demônios de todo tipo e grau do neopentecostalismo, anjos, arcanjos e diferentes seres de luz de uma certa Nova Era ou a Virgem e os santos do catolicismo “oficial”. Um batalhão de agentes e de agências que minimizam as deficiências técnicas de nossas investigações quantitativas e ignoram nossos pressupostos modernocêntricos, disfarçados de neutralidade teórica.

    Blaser, Mario. 2014. Ontology and Indigeneity: On the political ontology of heterogeneous assemblages. Cultural Geographies 21(1): 49-58.

    Blaser, Mario y De la Cadena, Marisol. 2018. Pluriverse: Proposals for a World of Many Worlds. En Marisol de la Cadena y Mario Blaser: A World of Many Worlds. Duke University Press.

    Dos Santos, Antonela y Florencia Tola. 2016. ¿Ontologías como modelo, método o política?: Debates contemporáneos en antropología. Avá 29: 71-98.

    Frigerio, Alejandro. 2018. ¿Por qué no podemos ver la diversidad religiosa?: Cuestionando el paradigma católico-céntrico en el estudio de la religión en Latinoamérica. Cultura y Representaciones Sociales 24: 51-95.

    Silla, Rolando y Brígida Renoldi. 2016. Ontologías: usos, alcances y limitaciones del concepto en antropología. Avá 29: 7-25.

    Alejandro Frigerio é doutor em Antropologia pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles. Anteriormente recebeu a licenciatura em Antropologia pela Universidad Católica Argentina. Atualmente é pesquisador do CONICET (Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas) e do Centro de Investigaciones Sociológicas de la Universidad Católica Argentina.

    Tag:virada ontológica

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