Membro da equipe do LAR é pesquisador convidado pela Universidade de Paris Nanterre
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- Data 11 de abril de 2025
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Entre novembro e dezembro de 2024, realizei um estágio na França na condição de pesquisador convidado pela Universidade de Paris Nanterre, por iniciativa do prof. Ismail Ferhat, membro do Centre de Recherche en Éducation et Formation (para saber mais sobre o grupo, clique aqui). Ferhat é historiador e cientista político e tem se dedicado às transformações na concepção de laicidade e no debate público sobre o tema desde 1989 até o presente. O objetivo principal do intercâmbio foi o de intensificar ações conjuntas entre eu e Ferhat, tais como:
1) a promoção de uma pesquisa sobre percepções dos profissionais da educação a respeito da diversidade religiosa entre os estudantes no Brasil e na França. A ação recebe o apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa do Instituto Federal de São Paulo, por meio do Edital 60/2024;
2) a formação de um grupo internacional permanente de pesquisadores com vistas a constituir mesas-redondas e grupos de trabalho em associações internacionais de História da Educação.
As trocas de experiências diárias com Ismail Ferhat permitiram discutir suas publicações, as quais combinam amplo leque de documentos e metodologias. O pesquisador francês, cuja lista de textos publicados está disponível aqui, percorre numerosa série de textos na imprensa, discursos políticos, discussões parlamentares e representações de docentes; para isso, combina diferentes formas de análise do discurso (estudo do léxico, hermenêutica dos conceitos) e por estatísticas. O amplo leque instrumental é mobilizado para compreender os conflitos provocados pelas diferentes percepções sobre as expressões religiosas no território francês ou, no lado reverso da moeda, pelas distintas concepções do que deveria ser a prática da laicidade pelo Estado francês. Acreditamos que, não obstante as grandes diferenças existentes entre a situação francesa e a brasileira, há uma problemática comum entre os dois países, em consonância ao apontado por antropólogos da religião como Marcelo Camurça, entre outros. No Brasil como na França, há um tensionamento entre visões de laicidade definidas como “majoritárias”, nas quais se entende que é legítimo o Estado restringir as expressões religiosas a um modelo específico, e outras visões nas quais o Estado é o fiador da possibilidade de todas as expressões religiosas de se manifestar em igualdade de condições.
A estadia na França também permitiu participar de outros eventos promovidos pela Equipe Efis (link para a página do grupo) , também de Paris Nanterre, que reúne psicólogos, historiadores, sociólogos e antropólogos para compreender os desafios das famílias em vulnerabilidade social dentro do território francês, bem como das políticas públicas voltadas ao enfrentamento dessas questões. Em dezembro, pude participar do seminário promovido pelo grupo, momento em que pude discutir minhas pesquisas atuais com os docentes da equipe e seus doutorandos. Também apresentei uma comunicação no Center for Metanoia Studies (link para o website do grupo), em evento promovido no prédio da prestigiosa Science-Po, no coração de Paris. Minha comunicação está disponível pelo Youtube (clique aqui) e, na ocasião, também fiz uma pequena entrevista sobre o simpósio (para vê-la, clique aqui).

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