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    • Yoga e (neo)hinduísmo: identidades e pertencimentos

    Yoga e (neo)hinduísmo: identidades e pertencimentos

    • Categorias Eventos, NUES
    • Data 23 de setembro de 2021
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    Por Thaís Assis e Cecilia Bastos

    Link do vídeo: https://youtu.be/pqRwa6jXsUw

    Neste papo virtual do Festival do Conhecimento da UFRJ, Cecilia Bastos e Thaís Assis apresentaram a pesquisa de campo que realizaram junto a um grupo de estudantes de Vedanta do Rio de Janeiro (Assis 2017; Bastos 2016). As discussões apresentadas buscam compreender as interpretações nativas sobre Vedanta, partindo da concepção de que
    Vedanta é um meio de autoconhecimento que se distingue das práticas religiosas do hinduísmo e também da noção de religião no geral. Um dos traços que se destaca entre os interlocutores da pesquisa é o fato de não serem meros praticantes de yoga ou pessoas que casualmente meditam, mas formarem um grupo que se reúne semanalmente para estudar
    as Upanishads (antigos textos sagrados hindus) e para estudar sânscrito.

    O perfil predominante é de indivíduos que buscam viver uma vida de yoga, dedicando-se às disciplinas mentais e corporais e se adequando a um estilo de vida contemplativo e de devoção. Isso porque, para os interlocutores, um yogi é alguém que não se deixa levar por um padrão de reação, que tenta segurar os impulsos e desejos em sua mente, aceitando o que a ordem cósmica traz (Bastos 2018). Mas esse estilo de vida exemplar é visto como um ideal a ser alcançado e não totalmente conquistado, pois ninguém ali se considera um sábio que já vive segundo esse modelo ideal de perfeição.

    O trabalho de campo evidencia que muitos dizem buscar “experimentar a vida diretamente”, “ter um encontro com o divino” ou “com a natureza” sem influência de crenças e dogmas com os quais não se identificam. Quando os líderes e seguidores de grupos neo-hindus (como o que Bastos e Assis pesquisam) argumentam que não são religiosos, estão relegando a categoria hindu a algo estagnado e estão considerando a religião como algo ritualístico,
    hierárquico e anti-moderno. Em certa medida, o problema para os vedantinos não é o uso do
    termo religião em si, mas a ideia de que ser adepto de um grupo religioso exige vínculo exclusivo e duradouro.

    As pesquisadoras avaliam que esse argumento é igualmente válido para uma análise da religião, em que as pessoas também buscam encontrar o divino e não querem se submeter a crenças com as quais não se identificam. Para muitas pessoas, parece que a religião, por ser institucionalizada, se encontra vazia de sentido, enquanto que as suas experiências parecem ser autênticas e conferir poder: as pessoas olham suas próprias experiências como superiores ao relato de outros e distinguem as verdades encontradas através da descoberta pessoal como tendo maior relevância do que aquelas distribuídas pelo dogma
    e pela tradição.

    No entanto, quando Bastos e Assis observam o cotidiano dos interlocutores, se dão conta de que isso parece contraditório porque o caminho do dogma e da tradição védica é o fundamento da vida de yoga, vivida de acordo com o dharma. A liberdade de escolha ali é
    relativa, pois existem requisitos normativos e uma moralidade nas vivências de pessoas engajadas com Vedanta e yoga. As experiências dos devotos partem, sim, de uma escolha voluntária, no entanto, dela decorre uma série de concessões e adequações ao estilo de vida yogi.

    Heelas e Woodhead (2005) distinguem espiritualidade de religião em termos de espiritualidade subjetiva, que existe no meio holístico (envolvendo atividades como meditação, yoga e terapias alternativas) e a vida como religião, primeiramente localizada dentro de congregações cristãs: a religião seria caracterizada pela submissão à autoridade, enquanto que a espiritualidade seria uma virada contra a vida vivida em termos de papéis, deveres e obrigações externas e objetivas e voltada para a vida vivida em referência às
    próprias experiências subjetivas. Muitos buscadores dos novos movimentos religiosos dizem rejeitar a experiência de “regulação externa” buscando a vivência de uma “expressividade” subjetiva e opor religiões organizadas, vistas como restritivas e coercitivas (Altglas 2007) à espiritualidade, entendida como autêntica e livre, uma expressão da busca pelo sagrado (Wuthnow 2003), vista de uma perspectiva holística na qual a inseparabilidade une espírito, mente e corpo, ressaltando o pessoal, íntimo e o aspecto subjetivo da relação entre humano e divino (Giordan 2009); algo “privado” que dá espaço à exploração de subjetividades a partir de suas trajetórias espirituais.

    As pesquisas de Bastos e Assis atestam que o fato de ter um japamala (um tipo de terço usado para entoar mantras), fazer orações, cumprir o dharma (fazendo o que é correto) e ter um altar em casa contradiz a questão da espiritualidade como livre de dogmas. As categorias de autonomia e livre-escolha também são conceitos a se relativizar, já que os interlocutores
    estão submetidos a algumas “autoridades”. Primeiro, eles obedecem o mestre ou guru; segundo, eles estão submetidos à tradição védica, que consiste num guia da vida cotidiana; e terceiro, os mais devotos se submetem ao que a ordem cósmica (ou consciência) traz, no sentido de entender que tudo o que acontece está de acordo com a ordem do universo
    (Bastos, 2019a,b). Na prática, Bastos e Assis observam que religião e espiritualidade não são
    vivenciadas de maneiras tão diferentes assim. Apesar de parte dos vedantinos se identificar com a categoria “espiritual, mas não religioso” (ou até com a categoria “sem religião”), inclusive rejeitando qualquer vínculo “religioso”, isso indica que as diferenças podem se relacionar à questão do preconceito de pessoas com o termo religião, pois foi visto o quanto os estilos de vida de pessoas tanto religiosas quanto espiritualizadas têm similaridades.
    ***
    Referências bibliográficas
    Altglas, Véronique. (2007). The Global Diffusion and Westernization of Neo-Hindu
    Movements: Siddha Yoga and Sivananda Centres. Religions of South Asia 1(2): 217-237.
    Assis, Thaís. (2017). Neo-hinduísmo carioca: um estudo sociológico sobre um grupo de
    vedanta. Dissertação de Mestrado em Sociologia e Antropologia. PPGSA/Universidade
    Federal do Rio de Janeiro.
    Bastos, Cecilia. (2016). Em busca de espiritualidade na Índia: os significados de uma
    moderna peregrinação. Curitiba: Editora Prismas.
    Bastos, Cecilia. (2018). Em busca do sentido da vida: a perspectivas de estudantes de Vedanta
    sobre uma “vida de yoga”. Religião e Sociedade 38(3): 218-238.
    Bastos, Cecilia. (2019a). Meditação e yoga nas camadas médias do Rio de Janeiro: análise do
    campo nos estudos da Bhagavad Gita. Religare 16(2): 659-691.
    Bastos, Cecilia. (2019b). Devoção e yoga nas camadas médias do Rio de Janeiro: análise do
    campo nos estudos da Bhagavad Gita. AntHropológicas 30(1): 281-306.
    Giordan, Giuseppe. (2009). The body between religion and spirituality. Social Compass 56
    (2): 226-236.

    Heelas, Paul; Woodhead, Linda et al. (2005). The spiritual revolution: Why religion is giving
    way to spirituality. Oxford: Blackwell.
    Wuthnow, Robert. (2003). Spirituality and spiritual practice. In: Fenn, The Blackwell
    companion to sociology of religion. Blackwell Publishing Ltd, p. 306-320.

    Thaís Assis é doutoranda em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da
    Universidade de São Paulo (PPGS/FFLCH/USP). Mestra em Sociologia e Antropologia
    (PPGSA/IFCS/UFRJ) e bacharela em Ciências Sociais (Unifal-MG). Possui experiência nas
    áreas de Sociologia e Antropologia, com ênfase em Sociologia da Religião, privilegiando
    temas ligados a espiritualidades e terapias holísticas. Atualmente, desenvolve a pesquisa
    intitulada “Entre espiritualidade e saúde: as terapias holísticas além da Nova Era” sobre a
    formação profissional e a atuação de terapeutas holísticos de diversas modalidades no
    Sistema Único de Saúde (SUS), no âmbito da Política Nacional de Práticas Integrativas e
    Complementares (PNPIC).
    Cecilia Bastos é professora colaboradora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em
    Antropologia Social do Museu Nacional/UFRJ. Participa do NEsCom – Núcleo de Estudos das
    Sociedades Complexas, do PPGAS da UFRJ e do NUES – Núcleo de Estudos em
    Espiritualidade e Saúde, do IFCH da UNICAMP. É doutora em Ciências Sociais pelo Programa
    de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UERJ e autora do livro “Em busca de
    espiritualidade na Índia: os significados de uma moderna peregrinação”, lançado pela
    Editora Prismas, em 2016. Atua na graduação a distância do CEFET, desde 2013, orientando
    alunos do curso e participando de bancas de defesa de TCC. Tem experiência nas áreas da
    Antropologia e Sociologia da Religião e do Turismo.

    Tag:diversidade religiosa, espiritualidade

    Sofia Scudeleti

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