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    • O cosmos Moqoit e a astronomia científica

    O cosmos Moqoit e a astronomia científica

    • Categorias NUES, Traduções
    • Data 11 de junho de 2020
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    Texto original de Alejandro López para DIVERSA

    Tradução por Laura Andare

     

    A União Astronômica Internacional (UAI) realizou neste ano um concurso no qual cada país deveria nomear um exoplaneta (planetas que giram em torno de uma estrela que não o nosso sol) e a estrela que ele orbita. Para nosso país (Argentina), foram atribuídos o exoplaneta HD 48265b e sua estrela anfitriã. 

    Após um longo processo de propostas e votação, foram escolhidos alguns nomes propostos por uma comunidade indígena da região do Chaco. 

    É a primeira vez que um nome é proposto internacionalmente para um objeto astronômico que não apenas está no idioma de um povo originário, mas também surgiu de um trabalho realizado com a própria comunidade de falantes desse idioma. E é especialmente importante que tenha acontecido este ano, declarado o Ano Internacional das Línguas Indígenas pela Unesco, iniciativa à qual a UAI aderiu. Para conseguir tal feito, foram realizados esforços especiais para incentivar os membros das comunidades dos povos originários de nosso país a proporem nomes que lhes parecessem significativos a estes objetos, que são visíveis apenas por um telescópio. 

    A proposta vencedora vem de uma comunidade do povo Moqoit. Os Moqoit são um povo originário da região do Chaco, cuja língua é relacionada ao Qom e ao Pilagá. Existem mais de 18.000 Moqoit vivendo no Chaco, em Santa Fe, em Corrientes e em Buenos Aires. Originalmente caçadores-coletores que se mudavam sazonalmente por grandes territórios, foram violentamente forçados, no final do século XIX, a se instalarem em pequenos pedaços de terra e a viverem como trabalhadores rurais. Apesar de significativos massacres acontecidos durante a primeira metade do século XX, a enormes pressões para que abandonassem sua língua e costumes, e a grandes desigualdades econômicas e sociais, os Mosqoit conseguiram manter uma cultura viva e criativa. Hoje, vivem em comunidades rurais, bairros urbanos e periurbanos. 

    Para os Moqoit, o cosmos é moldado pelas várias sociedades humanas e não humanas que o habitam, cujos vínculos são regulados pelo poder. Seres com mais poder têm uma maior diversidade de corpos, podem viajar mais livremente pelo cosmos e têm acesso a maiores recursos. Os humanos precisam se unir a estes seres para tornar a vida possível. O céu é especialmente visto como um espaço particularmente poderoso e fértil. Ligado ao feminino, a abundância na terra depende do céu. É por isso que ele recebe muita atenção, e seus ritmos estão associados aos de plantas, animais e ao clima, o que levou os Moqoit a ter um conhecimento detalhado do céu e dos astros. 

    Nas últimas décadas, um número crescente de Moqoit se formou como professores interculturais bilíngues. Estes professores constituem um elo importante entre os jovens, o conhecimento dos antepassados Moqoit e o conhecimento da sociedade não aborígene. Na comunidade “El Pastoril”, uma das comunidades Moqoit mais importantes da província do Chaco, há uma escola secundária com um albergue para estudantes que oferece a primeira carreira terciária bilíngue e intercultural Moqoit, instituição essa cuja gestão é comunitária. 

    Neste contexto, jovens professores como Abel Salteño refletem sobre o passado, o presente e o futuro. Salteño, um Moqoit que vive na comunidade “El Pastoril” e é professor bilíngue intercultural Moqoit, trabalha no Centro de Estudio Superior Bilingüe Interculturalde Moqoit (CESBIM) de sua comunidade e em terciários da cidade de Villa Ángela e Coronel Du Graty. Ele leciona, entre outras matérias, a de Cultura e Línguas Originárias e Cosmovisão, em Faculdades bilíngues e não bilíngues. 

    Abel propôs para a estrela o nome de Nosaxa, que em Moqoit designa a primavera, entendida como um momento crucial ligado à renovação do ciclo anual. Para o planeta que a orbita, propôs o nome de Naqaỹa, “irmão”, a forma como os Moqoit se referem a alguém entendido como família, na esperança de que assim nos vejamos como próximos aos astros. 

    Alejandro López é astrônomo, antropólogo e pesquisador associado da Conicet no Instituto de Ciências Antropológicas da Faculdade de Filosofia e Letras (UBA). Desde 1999, ele estuda as maneiras pelas quais os grupos indígenas do Chaco estão ligados, pensam e constroem idéias sobre o céu.

    Tradutora: Laura Andare é Cientista Social formada pela UNICAMP e Arte Educadora. Compõe o NUES e tem desenvolvido pesquisa sobre o processo de institucionalização da Arteterapia no SUS. 

    Tag:astronomia, ciência, religião

    Sofia Scudeleti

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