Apesar da larga trajetória histórica dos debates acerca dessa categoria na filosofia clássica e na teologia, no campo da antropologia a análise pormenorizada dos usos e das apropriações da “espiritualidade” é um tema pouco frequente e sistematizado. Por um lado, o caráter impreciso e pouco estruturado do termo não inibe sua recorrência em narrativas etnográficas, por outro, no mesmo passo que testemunhamos essa constância também constatamos uma espécie de marginalidade das reflexões sobre a categoria, muitas vezes descrita, simplesmente, como uma forma de negação da religião institucionalizada ou como sinônimo de uma religiosidade centrada unicamente na intimidade do sujeito. “Espiritualidade, ciência e saúde” é uma linha de pesquisa dedicada a contribuir para a complexificação deste quadro, adensando as reflexões teóricas sobre a categoria “espiritualidade”, assim como explorando casos empíricos nos quais essa dimensão emerge com centralidade. Atualmente, a principal frente de trabalho desta linha está baseada no projeto de pesquisa “Espiritualidade Institucionalizada”, apoiado pela Fapesp, e que agrega pesquisadores da graduação ao doutorado, dedicados a compreender como “espiritualidade” tem mobilizado e tem sido mobilizada em políticas de saúde, em pesquisas médicas e em protocolos clínicos estabelecidos.

 

Link para o site do projeto: https://nues.com.br/