A experiência religiosa ocidental moderna se instituiu hegemonicamente a partir de uma concepção do sagrado como divindade projetada fora deste mundo. Verificamos, nas últimas décadas, no entanto, que esta hegemonia tem sido questionada pela emergência de outras concepções religiosas que reposicionam o sagrado na imanência do mundo, na forma de energias e forças da natureza. Este deslocamento tem posto em curso processos de sacralização da natureza e de seu indissociável reverso, a naturalização do sagrado. Esta tendência no campo religioso tem sido concomitante com a crescente internalização da questão ambiental em outras esferas sociais. A partir deste horizonte, nos interessa particularmente discutir os modos como as sensibilidades ecológicas configuram um movimento Nova Era, produzindo tanto novas formas de espiritualidades laicas quanto transformações nas tradições religiosas instituídas.  Outra dimensão importante é a constituição de um certo habitus ecológico e espiritual na formação moral dos indivíduos, seus estilos de vida e modos de se posicionar no mundo.

Esta linha de pesquisa pretende reunir estudos etnográficos que contemplem práticas que acontecem na interface dos campos ambiental e religioso, compreendendo estas formas de interseção e seus efeitos na experiência dos sujeitos bem como suas objetivações em estruturas e políticas institucionais.

A foto utilizada para o plano de fundo desta linha de pesquisa podem ser achadas no site da Comunidade Arca Verde